Uma geração perdida

Em Portugal, os jovens, especialmente os Millennials, é intitulada, a geração mais qualificada de sempre, apesar de ter estudado mais que os seus pais, não está a encontrar uma melhor qualidade de vida. Para muitos a única solução foi/é emigrar, para os que ficam, a precariedade é a ordem do dia ou são trabalhos muito mal pagos. São também vítimas do problema da falta de habitação, adiam ano após ano a constituição de uma família. Provocando um enorme problema de natalidade no país, para contrariar isso, o governo está a atrair estrangeiros para trabalhar em Portugal.

Os Millennials é uma geração martirizada, que já acumula inúmeras crises devastadoras, desde dos PEC do Sócrates, do Subprime, da dívida soberana, da banca, da covid, da inflação, o pior é que não vai ficar por aqui.

Políticas

Como querem aumentar a produtividade do país, com políticas desastrosas e em vez de resolver os problemas estruturais, os políticos preferem ir pela via mais fácil, mais rápida, apenas utilizar paliativos, que não resolve nada, apenas adia o problema e possivelmente agravado-o.

No caso da produtividade, as políticas limitaram-se a criar universidades e formar alunos, mas depois faltou o resto. Não formamos os empresários, não criamos empresas mais produtivas nem sequer criamos leis que facilitem a criação de empresas. 

Formamos mão-de-obra qualificada mas depois a “só” existem empregos em callcenters, supermercados ou na restauração e os que conseguem escapar disso, são na generalidade muito mal pagos em comparação ao resto da europa. Isto não é um desrespeito para estas profissões, qualquer trabalho honesto é valido, o problema aqui, é que os jovens estudaram, qualificaram-se e agora só arranjam empregos não qualificados.

O que nós temos visto nas últimas décadas em Portugal, já parece ser uma política oficial, a exportação de trabalhadores qualificados e importação de mão-de-obra barata, a roçar a escravatura.

Somos um país, onde o primeiro-ministro que aconselha os jovens a emigrar, está tudo dito…

O caso de Odemira é uma grande vergonha para o país, com pessoas extremamente mal pagas, a habitar em casas em péssimas condições de salubridade, com dezenas de pessoas a viver na mesma casa.

No passado os estrangeiros eram sobretudo PALOPs, na sua maioria integram-se bem na comunidade. Posso estar errado, mas estas novas ondas de imigrantes (sobretudo asiática) estão a ter muitas dificuldades de integração, isto poderá ser um enorme problema a nível social no futuro e certamente vão crescer movimentos mais extremistas.

Portugal necessita urgentemente renovar os políticos, menos políticos de carreira, menos boys, mais pessoas com conhecimento/experiência no terreno, pessoas com ideias novas, que façam realmente reformas estruturais.

Empresários

Uma parte dos empresários também necessitam de melhorar, são quota-parte do problema da produtividade, eles necessitam de modernizar a sua empresa e principalmente a sua mentalidade. É necessário mudar o modelo de negócio, apostar em produtos com mais valor acrescentado e deixar a produção baseada em mão-de-obra barata.

O sector agrícolas português dizem que não podem pagar aos trabalhadores mais que o salário mínimo e depois queixa-se que existe falta de mão-de-obra e tem que importar trabalhadores. Eu pergunto, como é possível os empresários franceses que vêm a Portugal contratar pessoas, pagam salários muito superiores e conseguem colocar os seus produtos nos supermercados ainda mais baratos que os produtos portugueses.

Em Portugal também existe um problema, o principio básica da economia, oferta e procura não funciona com os salários, isto é notório neste momento. É uma queixa recorrente dos empresários, a falta de mão-de-obra, uma parte dos empresários recusa-se a pagar mais que o salário mínimo, se aumentarem mais os salários certamente aparecia mais pessoas interessadas na vaga, digo eu. Mas preferem faturar menos, recusar encomendas do que pagar salários mais altos. Ou então vão ao estrangeiro contratar mão-de-obra barata, mantendo sempre o problema de produtividade e de produtos de baixo valor acrescentado.

Aquela ideia dos liberais, que sem o salário mínimo haveria mais empregos, em Portugal não funciona. Por isso eu sou um defensor do salário mínimo nacional é necessário em Portugal, sem ele a miséria seria descumunal.

Salários

Através de um inquérito a 2,2 milhões de jovens entre os 15 e os 34 anos, residentes em Portugal, o perfil dos jovens portugueses foi traçado, em 2021, num estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, “Os Jovens em Portugal, Hoje”, do qual faz parte o gráfico acima divulgado. De acordo com o documento, no que respeita ao salário líquido mensal, para jovens que trabalham por conta de outrem, 86% inserem-se nos escalões de valores até 1.158 euros. A maior percentagem – 30% – verifica-se no escalão entre 601 e 767 euros. in poligrafo.sapo.pt

Perto de três quartos (72%) auferem rendimentos que não ultrapassam os 950 euros líquidos por mês.

Além dos baixos salários, temos leis de trabalho obsoletas, onde quem tem contrato sem termo são super protegidos, tem mil e um direitos. Depois há a outra face da moeda, os que têm contratos precários ou a termos, que poucos direitos e na qual permite que os empresários abusem disso.

Nem vou classificar aquelas empresas travestidas de app, que contornam as leis e exploram os seus trabalhadores, pagando à jorna, sem quaisquer direitos. Fazendo concorrência desleal, prejudicando aquelas empresas que respeitam as leis do país.

Habitação

“Ter autonomia e mais independência: a aspiração de qualquer jovem que se prepara para fazer a transição para a vida adulta. Mas em Portugal, esse caminho está cada vez mais difícil. Desde os empregos e salários precários, às dificuldades no acesso à habitação. Comprar casa é, para muitos jovens, um sonho distante – e nem o arrendamento é viável em alguns casos.

Os números do Eurostat não deixam margem para dúvidas: Portugal é o país da União Europeia (UE) em que os jovens saem mais tarde de casa dos pais – 33,6 anos, em média. E não é por apatia ou falta de vontade. A maioria não consegue mesmo pagar por uma casa.” in Idealista

Agora juntando salários baixos, preço da habitação alta e uma inflação alta, é uma bomba relógio.