O espírito comunitário da bitcoin

É a transcrição de um artigo publicado num jornal, por Paulo Rosa,
Economista Sénior do Banco Carregosa:

O espírito comunitário da bitcoin, a teoria de jogos e as aldeias dos nossos avós

Em muitas aldeias portuguesas, ainda há algumas décadas, sobretudo em Trás-os-Montes, o espírito comunitário estava muito enraizado. A água e os rebanhos eram comuns, a casa do Povo e a igreja haviam sido erguidas com a força, o trabalho e o empenho de todos. Como o dinheiro escasseava, algum trabalho era partilhado, o Manuel e o António ajudavam o Joaquim a semear as batatas e no dia seguinte era vez da sementeira de milho do Manuel, sendo também habitual a troca direta de alguns bens. Malhadas de centeio e desfolhadas de milho eram realizadas por toda a comunidade, ao som de músicas e cantares, tendo assim nascido muito ranchos e bandas filarmónicas. Era partilhado o gado para lavrar as terras e todos ajudavam nas vindimas do Francisco e na pisa das uvas no lagar do Guilherme. A “vezeira” estabelecia a vez de cada uma das famílias no pastoreio dos rebanhos comuns nos terrenos baldios. Nada deste modo de vida comunitário e relativamente descentralizado era imposto, as pessoas eram livres de escolherem, mas a cooperação era na realidade a estratégia mais vantajosa, numa alusão à teoria de jogos. Era uma cumplicidade não só económica, mas também cultural, alicerçada nos fortes laços familiares ancestrais. Muitas aldeias foram fundadas há alguns séculos pelo assentamento de uma única família num determinado lugar, em terras mais ou menos férteis.

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Líder em Burocracia

Uns países são líderes nos comércio digital, outros são líderes nas altas tecnologias, outros na IA e a Europa é líder … a criar legislação, é tão especialista que afugenta ou destrói todas as empresas locais.

Os burocratas europeus estão a destruir as indústrias e a agricultura, estão a ser fundamentalistas ecológicos, não têm a mínima noção das realidades locais, porque sempre viveram no topo do pedestal.

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Raimundo vs Ventura

Eu não gosto da maior parte das ideias e políticas que o do André Ventura que defende, é demasiado populista, chega a defender ideias contraditórias. Nesta campanha eleitoral, até parece o PS a prometer aumentos salarias e de pensões para valores incomportáveis, afastando-se das duas raízes. A maior parte das propostas, são isso mesmo, apenas propostas, porque são impossíveis de implementar, é o populismo no seu esplendor.

Mas tenho que reconhecer, que é muito inteligente, muito bom a comunicar, como político é muito bom, possivelmente o melhor da atualidade. É extremamente hábil nos debates políticos, faz as perguntas certas, mete o dedo na ferida.

Ontem houve outro episódio onde se destacou, no debate político com Paulo Raimundo do PCP(CDU).

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Alegre mas pouco

“Fico triste que, 50 anos depois, estamos a assistir à extrema-direita a crescer, com resultados altos em sondagens e muitos dos jovens a votarem à direita. Temos de reconhecer que algo falhou na pedagogia democrática de todos nós que fizemos o 25 de Abril” – Manuel Alegre

Como o povo diz, quem semeia ventos, colhe tempestades.

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